To the man that knows his own heart I shall belong

Random words, random thoughts. But they all come from the heart.

quinta-feira, abril 07, 2005

Teoria da Relatividade Aplicada à 'Tilanguice Fim-de-Noite'

Ontem, na casa da Sarah, conversamos a respeito dessa Teoria. E ela me pediu que escrevesse algo sobre isso e postasse aqui no blog.
Enfim, espero que gostem do meu texto.

* Teoria da Relatividade de Einstein Aplicada à ‘Tilanguice Fim-de-Noite’ *

O Fulano vai pra ‘balada’ num sábado à noite. Aquela danceteria que está ‘bombando’ ultimamente. Vai lá, chega no bar. Pede uma cerveja gelada, depois outra e assim vai.Passado um pouquinho o momento de curtir com os amigos, chega a hora de começar a difícil tarefa de “caçar”.
Neste momento muito ímpar da noite, portanto, Fulano sai em busca de sua presa fácil.
Olhe de um lado, olha de outro. Sussurra uns: “Como você é linda!” no ouvido de algumas garotas, passa a mão pelos cabelos de outras e assim vai. Até o presente momento não consegue ser correspondido.
Mais uma hora se passa, e até um “Uhu, gostosa!”, ele já está tentando. Passar a mão nas garotas então, nem se fala! E até então, nada também.
Quando Fulano já pensava que a noite estava perdida, por volta das 5 da manhã, ele encontra Beltrana, a garota que ele beijou há alguns tempos atrás em outra festa, curiosamente no mesmo local, e que havia anotado o número de telefone, mas jamais havia telefonado.
Beltrana não era lá aquelas garotas maravilhosas. Tinha sim, lá um “quêzinho”: dois braços, duas pernas, dois olhos, um nariz e uma boca. Fora isso, bom, melhor nem comentar.
Neste instante, Fulano percebe que sair daquela boate e ter que contar para os amigos que não faturou nadinha na noite anterior seria uma lástima cruel. Decide, então, partir pra Beltrana e correr pro abraço. Chega lá, com um tradicional xaveco furado, e não que ele fatura alguma coisa?!?!Agora, não é preciso nem comentar que ele jamais ligará para ela, conforme prometido mais uma vez...


Ótimo. Quem nunca vivenciou (ou viu ser vivenciada) uma cena dessas?

Muitos devem estar pensando agora: “Olha só essa Beltrana. Que ridícula! O cara simplesmente foi lá, trocou três palavras com ela, e ela beijou! Mas que tilanga fim-de-noite foi essa!!!”
Não tiro sua razão de pensar que ela foi a última opção dele, que simplesmente aproveitou da casualidade para “pegar, não se apegar, e sair fora”. Ou seja, ela foi “usada” por ele, certo?

ERRADO.

Vamos ver como foi a noite de Beltrana.

São 19hs. Beltrana recebe uma ligação de sua amiga Ciclana, pedindo que fossem sair aquela noite. Beltrana no começo é resistente, “Não, não quero sair hoje. Estou muito cansada. Essa semana trabalhei muito.”, diz ela. Como não poderia perder sua única companhia de ‘balada’, Ciclana insiste mais uma vez, até que convence a amiga.
As duas então decidem ir para aquela danceteria do momento, onde todos estavam se encontrando.
Se arrumam. Passam maquiagem, perfume. Colocam mini-saia, meia-calça e salto alto. Se sentem preparadas para arrasar corações.
No momento que chegam, analisam o ambiente. Reparam dois ou três rapazes bonitos. Um, descobrem ter namorada. Os outros dois, nem atenção para as duas despendem.
E nesse ritmo a noite continua.
Chega então três horas da manhã. E nada.
Resolvem beber mais um pouco, Beltrana pede um Dry Martini e Ciclana pede um St. Remy.
Conversam, falam da prima grávida de Ciclana que irá se casar na próxima semana, e enfiem chegam a conversa de toda mulher: homens. Reclamam que não são amadas, que não arrumam namorado e blá, blá, blá.
Beltrana, revoltadíssima, reclama dos R$ 50,00 que terá que pagar pelo fiasco da noite, e decide que pelo menos terá que sair dali com alguma espécie de lucro!
Neste momento de sua decisão, vê ao longe um rapaz alto, moreno, chegando em sua direção. Percebe que o conhece de algum lugar, mas a sua visão “deturpada” pelo Dry Martini não permite reconhecê-lo daquela distância. Quando o rapaz chega mais vê que se trata de Fulano, um paquerinha improvisado de uma noite como aquelas.
Beltrana percebe o esforço do rapaz em tentar manter uma “conversinha agradável”, mesmo sabendo tratar-se de pura balela. Cinco minutos passam, e ele sutilmente tenta o beijo. A garota pensa: “A noite foi terrível. Estou estressada e saí de casa pra não ganhar nada aqui. No mais, esse garoto pelo menos tem um corpinho bonito, nada me custa usar de alguns beijos dele e torcer para que ele não me ligue nunca mesmo”.
Aceita, então, o beijo de Fulano. Se beijam durante 15 minutos. Trocam mais algumas palavras e os telefones novamente (é lógico, não vale falar que tinham o telefone ali mas nunca ligaram por falta de vontade), e cada um segue seu rumo, para quem sabe nunca mais se encontrar.

Percebem agora a diferença?
A sociedade impõe que as mulheres sempre são usadas pelos homens. E nunca o contrário.
Gostaria que a maioria dos homens entendesse, sim, que podem ser extremamente úteis para as mulheres no momento em que elas bem quisessem, para depois serem jogados fora.

Eu, Beatriz, sou completamente contra os dois lados da moeda. Não acho justo ninguém destratar ou usar uma outra pessoa.
Mas serve este texto para alerta-los do que acontece, e muito, com as mulheres hoje em dia.“Não faça aos outros o que não gostaria que fizessem a ti, ou que jamais faria a ti mesmo”.